O primeiro semestre de 2025 marcou um recorde histórico para a aviação comercial brasileira. Segundo o Relatório de Demanda e Oferta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foram transportados 61,8 milhões de passageiros em voos domésticos e internacionais entre janeiro e junho — alta de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Já os voos internacionais registraram quase 14 milhões de turistas, um crescimento de 15%, enquanto os voos nacionais tiveram aumento de 8%, ultrapassando a marca de 40 milhões de pessoas.
Para o docente do curso Técnico em Guia de Turismo EAD do Senac Distrito Criativo, Evandro Costa, esse aumento está relacionado à democratização do acesso ao transporte aéreo no país. “O que há alguns anos era privilégio de poucos, hoje permite que muitos passageiros, inclusive aqueles que nunca haviam viajado de avião, consigam realizar ao menos uma viagem de lazer por ano”, observa. Nesse cenário, os destinos do Nordeste permanecem entre os mais procurados, impulsionados pela combinação de praias paradisíacas e belezas naturais.
Costa lembra que nem sempre o aeroporto mais movimentado está localizado no destino final do passageiro. Terminais como Brasília e Guarulhos funcionam como importantes centros de conexão para voos nacionais e internacionais. Já o Rio de Janeiro mantém sua posição como destino turístico mais visitado do Brasil, favorecido por grandes eventos. “No primeiro semestre de 2025, além do Carnaval, a cidade recebeu o show da cantora Lady Gaga, em Copacabana, reunindo mais de 2 milhões de pessoas. Isso reforça a potência do turismo de eventos no país e sua capacidade de atrair públicos expressivos”, destaca.
Entre os atrativos que mais encantam os visitantes, o professor cita a riqueza cultural: festas juninas, procissões, celebrações gastronômicas e apresentações artísticas que, segundo ele, “transformam a experiência do viajante, criando conexões emocionais profundas com a região”.
Apesar do aumento mais expressivo nos voos internacionais, a preferência do brasileiro ainda é viajar dentro do próprio país. “A pandemia despertou um interesse duradouro pelo turismo interno, fortalecido pela diversidade de paisagens e pela praticidade de viajar sem passaporte ou visto. O câmbio desfavorável e o custo mais acessível das viagens nacionais também pesam nessa escolha”, afirma Costa.
Para quem pretende viajar em períodos de maior movimento, o docente recomenda planejamento antecipado, de três a quatro meses para destinos de alta temporada, e cuidados que evitam contratempos, como chegar cedo ao aeroporto, fazer check-in on-line e reduzir o volume de bagagem. Ele também ressalta o papel estratégico do Guia de Turismo, profissional que organiza roteiros, indica horários ideais para cada passeio e enriquece a experiência com informações históricas, culturais e curiosidades locais. “O GPS pode levar a áreas de risco, e conteúdos na internet podem estar desatualizados. Um guia oferece orientações seguras, atualizadas e personalizadas, garantindo que o viajante aproveite ao máximo seu tempo”, conclui.


