Moção pede reavaliação do aumento na tarifa da Comusa

Por Marina Klein Telles

Na virada do ano, a Comusa anunciou uma revisão tarifária de 25,52%, que começará a ser aplicada já a partir de fevereiro. O aumento na conta dos serviços de água e esgoto é atribuído a uma decisão da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento do Rio Grande do Sul (Agesan-RS), publicada em resolução no final de dezembro. Preocupado com o impacto imediato da medida no bolso dos cidadãos, o vereador Enio Brizola (PT) elaborou uma moção de apelo ao prefeito Gustavo Finck pela reavaliação do índice. Levado a votação na quarta-feira, 5, o texto foi aprovado por unanimidade. Todos os parlamentares pediram para assinar a moção.

Ao longo da Moção nº 1/2025, Brizola lamenta especialmente o momento da aplicação da revisão tarifária, a primeira implementada desde a fundação da autarquia – em outras oportunidades, conforme a Comusa, o que houve foram reajustes inflacionários. “O aumento de 25,52% é abusivo, sobretudo diante do cenário atual de recuperação econômica da cidade. Muitas famílias ainda sofrem com os efeitos das enchentes”, comenta Brizola, que estende sua defesa também à população de baixa renda. “A proposta de aumento, somada à restrição da tarifa social executada pela gestão passada, compromete o acesso a políticas básicas de saneamento”, teme o vereador.

“Esse reajuste pode levar também a um aumento na inadimplência, o que traria prejuízos tanto para a Comusa quanto para a administração pública. O momento de recuperação da nossa cidade exige uma postura flexível, priorizando o bem-estar da população e garantindo condições justas de acesso aos serviços essenciais. Nosso povo está sendo muito achatado pela tributação”, prossegue Brizola.

O documento afirma ainda que o aumento desconsidera investimentos federais milionários em ações de tratamento de esgoto e sinaliza um descompasso com dados recentes de superavit. “Segundo a companhia, o valor em caixa ultrapassa R$ 80 milhões. O saldo seria suficiente para cobrir os custos operacionais e realizar os investimentos necessários sem sobrecarregar a população”, avalia o autor. A Comusa reitera, contudo, que a Agesan-RS contabilizou como um dos componentes da nova tarifa a dívida da autarquia municipal com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), estimada em mais de R$ 130 milhões.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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