Qual o papel do executivo de RH no mundo VUCA – volátil, incerto (uncertain, na sigla em inglês), complexo e ambíguo – onde mudar é o modo de ser? Como lidar com o sentido de urgência? O que significa “humanização das empresas”, caminho a ser trilhado por todas as companhias nos próximos anos?
Esses são alguns dos questionamentos ora propostos, ora respondidos por Marco Ornellas em seu mais recente livro, Uma nova (des)ordem organizacional. A obra ganhou um epílogo para ilustrar uma afirmação de Raj Sisodia, cofundador do movimento global Capitalismo Consciente: “O negócio dos negócios são as pessoas”.
Conforme Ornellas, o RH deve se tornar o pilar estratégico e liderar o movimento de renovação de cultura das organizações, pequenas ou grandes. Afinal, a área é a responsável por cuidar das pessoas que cuidam dos negócios. Uma pesquisa realizada em 2019 pelo coletivo Open Innovation do Brasil mostra a cultura (56%), a burocracia (28%) e o desentrosamento da equipe (25%) como os três principais entraves da inovação no Brasil.
“O futuro é agora, e o desafio do profissional de RH já se apresentou: despir-se das certezas, desapegar do mundo inflexível e linear que criou a sociedade do cansaço. Da mesma forma, precisa entender que funcionários, clientes, fornecedores, parceiros, produtos têm demandas únicas e exigem dedicação exclusiva”, afirma o autor.
A era digital deixou mais evidente os efeitos colaterais do capitalismo, segundo ele. Dessa maneira, priorizou o lucro em detrimento de outros aspectos, gerando claramente desgaste, para não dizer esgotamento, de recursos. “Criamos um sistema que escraviza e opera com uma lógica de competição, opressão e controle. Mudanças climáticas, deterioração da saúde mental e taxas crescentes de desemprego e suicídio são indícios fortíssimos de que tomamos o caminho errado”, finaliza.


