Expedição brasileira parte para circunavegação da Antártica em missão climática inédita

Por Jonathan da Silva

Uma expedição científica liderada pelo Brasil, com 61 pesquisadores de sete países, partirá nesta sexta-feira, 22 de novembro, do Porto de Rio Grande para uma missão inédita de circunavegação costeira da Antártica. Durante dois meses, os cientistas percorrerão mais de 20 mil quilômetros ao redor do continente, coletando dados sobre mudanças climáticas e explorando áreas próximas às geleiras.

A expedição é coordenada pelo pesquisador Jefferson Cardia Simões, do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e inclui especialistas de Argentina, Chile, China, Índia, Peru e Rússia. A Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs) é responsável pela gestão dos recursos do projeto, que foi preparado ao longo do último ano.

A diretora-presidente da Faurgs, Ana Rita Facchini, destacou os desafios logísticos envolvidos. “Envolveu a contratação de serviços internacionais, prazos no limite e exigências de órgãos governamentais”, afirmou Ana Rita. Segundo ela, a missão também celebra os 30 anos de atuação da Faurgs ao lado da UFRGS, contribuindo para a produção de conhecimento científico.

Percurso e tecnologia

Os cientistas utilizarão o navio quebra-gelo russo Akademik Tryoshnikov, equipado com laboratórios avançados e tecnologia de análise científica. A expedição contará ainda com suporte do sistema Starlink, permitindo o compartilhamento em tempo real dos dados coletados.

Durante o percurso, haverá 16 paradas para coleta de testemunhos de gelo e estudos atmosféricos, biológicos e geofísicos. Segundo o cientista e explorador polar Jefferson Cardia, a proximidade com a costa da Antártica é um diferencial da missão. “Esperamos obter dados sobre a linha de flutuação das geleiras e realizar um levantamento geofísico dessas frentes para compreender como elas respondem ao aquecimento da atmosfera e dos oceanos”, explicou o pesquisador.

Além disso, os cientistas investigarão a biodiversidade local, as respostas da fauna polar às variações climáticas, a circulação oceânica e sinais de poluição no continente. A iniciativa procura reafirmar o protagonismo brasileiro na pesquisa polar, em um momento de crescente preocupação global com os efeitos das mudanças climáticas e a preservação da biodiversidade.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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