Diretor-geral da Concessionária Rota de Santa Maria fala sobre obras da RSC 287

Por Amanda Krohn

Os usuários da RSC 287 terão que conviver nos próximos dias com obras que deixarão o trânsito um pouco mais lento, especialmente em alguns trechos entre Santa Cruz e Venâncio Aires. A intervenção é por uma boa causa: tornar a rodovia mais segura, eliminando as ondulações na pista geradas por problemas estruturais na rodovia.  Acúmulo de água abaixo da pista, falta de drenagem e a rápida deterioração do recapeamento feito no primeiro ano pela ação do clima, foram alguns pontos levantados pelo diretor-geral da Concessionária Rota de Santa Maria, Renato Ribeiro Bortoletti, na apresentação que fez na manhã desta terça-feira (20), na Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz.

Palestrante do tradicional Café Empresarial, promovido pela entidade, Bortoletti trouxe informações sobre o andamento das obras de duplicação da RSC 287 neste primeiro ano de concessão. Empresários e lideranças de entidades da região prestigiaram o encontro que foi mediado pelo presidente da ACI, Cesar Cechinato, e pelo ex-presidente e atual diretor-tesoureiro da Associação,  Gabriel Haas de Borba.  Além do grande público presente, o evento também contou com participantes virtuais que acompanharam a transmissão em tempo real pelas plataformas do Youtube e Facebook da entidade.

Após uma breve apresentação institucional sobre o Grupo Sacyr, Bortoletti detalhou ações já implementadas pela empresa na rodovia ao longo deste ano. Mencionou a desobstrução de bueiros, a instalação de sinalizações, os reparos feitos nas pontes e no pavimento, bem como a aquisição de veículos e equipamentos de segurança para atendimento dos usuários, entre outras.  Destacou que muitas dessas obras excederam o que estava previsto.

Segundo o diretor da concessionária, neste primeiro ano a ideia era melhorar a estabilidade da rodovia através de reparos superficiais e cumprir os parâmetros previstos no contrato. Contudo, uma análise mais profunda revelou vários problemas estruturais na estrada, que vão requerer mudanças de planos e uma intervenção mais robusta.  ”A ideia inicial de fazer a recuperação superficial de pontos críticos entre Santa Cruz e Venâncio Aires, construir a duplicação e depois jogar todo o tráfego para a via duplicada, possibilitando assim intervir na via antiga, não será possível diante dos problemas estruturais que detectamos”, explica. Reconhece que a intervenção deve ter um impacto substancial no trânsito, mas ressalta que é a única forma de resolver o problema de forma definitiva.

Desafios para 2023

Entre os investimentos previstos para o próximo ano a tecnologia é um ponto de destaque. A concessionária pretende ampliar em 100% o monitoramento por câmeras ao longo da rodovia, também a instalação de radares e estações meteorológicas, e do sistema de contagem de veículos (Sat) não só nas praças de pedágio, mas em demais pontos da estrada.

A desocupação das faixas de domínio é outro ponto fundamental para o início das obras de duplicação. Releva que já estão fazendo de forma bem antecipada a comunicação formal aos usuários. “Temos quase a totalidade dos decretos de utilidade pública, o que vai nos possibilitar iniciar esse processo de desocupação de forma mais intensa”.

Reduzir as filas nos postos de pedágio de Venâncio Aires é outro desfio para o qual a concessionária já está promovendo ações.  O papa-filas – colocação de pessoa para a venda antecipada de tickets –  é uma delas. Mas a mais eficaz para a segurança e conforto do usuário, na opinião diretor da Roda de Santa Maria, é a adesão ao sistema de tags, que é o pagamento automático. “Esse é o futuro. Hoje, há somente 30% de adesão a este sistema na região, quando o normal em outros locais do país é de 65 %  e até 80%”.

Sobre demandas extras solicitadas pelos municípios no projeto original, como trevos e outras obras, esclarece que tudo está sendo visto em conjunto com as prefeituras.  “Buscamos fazer os ajustes necessários, os que necessitam de um reequilíbrio tarifário estamos submetendo ao concedente, porque temos todo um trâmite a ser seguido”, esclarece. Neste primeiro ano, o grupo já investiu na rodovia mais 230 milhões de reais e, para 2023, mais de meio bilhão de reais já estão alocados.

Mobilização do Duplica 287

A trajetória do movimento que resultou na concessão da rodovia RSC 287 para sua duplicação foi recordado pelo presidente da ACI, Cesar Cechinato, antes da palestra.  O dirigente fez uma breve retrospectiva histórica da primeira reportagem que mencionou a necessidade de duplicação da rodovia, há dez anos, até o surgimento do Movimento Duplica 287, em 2018. Uma iniciativa capitaneada pela ACI de Santa Cruz, na época presidida por Lucas Rubinger, que culminou no leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, em dezembro de 2020, concedendo ao grupo espanhol Sacyr a concessão da rodovia para sua duplicação.  “Foram 13 municípios envolvidos e mais de 30 entidades mobilizadas neste grande movimento para salvaguarda vidas e preservar o desenvolvimento econômico da região”, destacou Cechinato.

Foto: Rodrigo Assmann/Divulgação | Fonte: Assessoria
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